COMPORTAMENTO DO PRONOME RELATIVO “QUE” EM TEXTOS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Resumo
O presente trabalho examina, sob uma perspectiva funcionalista, o pronome anafórico “que” em cláusulas relativas. Trabalhar-se-á com um corpus composto por textos de alunos matriculados numa sexta série do ensino fundamental, objetivando, também, apontar a influência que a língua oral exerce sobre a escrita deles. A análise dos dados permite afirmar que o usuário da língua recorre a estratégias de estruturação das relativas, contrariando a norma padrão: via de regra generaliza o “que” como um relativo universal e recorre a um pronome pessoal para desempenhar a função anafórica, ou deixa vazia a casa estrutural do pronome anafórico (anáfora zero). Desse modo, confirma-se nossa hipótese de que a anáfora pronominal funciona como um expediente produtivo da língua que torna mais fácil, no nível pragmático, o processamento da informação. Foi possível concluir, então, que o emprego dos anafóricos em cláusulas relativizadas mereceria uma revisão no ensino da língua portuguesa no ensino fundamental.
Palavras-chave
Relativização; Pronome anafórico; Língua oral
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PDFDOI: https://doi.org/10.3738/nucleus.v4i1.10