USO DE BUNDLE NA PREVENÇÃO DE PNEUMONIA ASSOCIADA A VENTILAÇÃO MECÂNICA NA UTI
Resumen
GONÇALVES, Natalia Espindola Sampaio; MAEDA Andreza Gomes da Silva Nishimoto
Resumo: A Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica (PAV) é uma infecção pulmonar comum em pacientes em uso de ventiladores mecânicos nas Unidade Terapia Intensiva (UTI) com altas de taxas de mortalidades. Este trabalho visa realizar um levantamento bibliográfico sobre a importância da implantação do bundle na prevenção da PAV impactando na morbidade e mortalidade destes pacientes críticos. Trata-se de um estudo de revisão sistemática dos últimos dez anos, com levantamento de dados bibliográficos relacionados ao tema. Feito busca em sites como: Google Acadêmico, SCIELO (Scientif Eletronic Library On-line), BIREME (Centro de Latino Americano e do Caribe em Ciências da Saúde), ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem On-line), LILACS (Index Medicus Latino-Americano) e DECS, afim de alcançar os objetivos propostos pelo estudo. Percebemos que o sucesso da implementação deste bundle de prevenção de PAV depende da adesão das equipes envolvidas, pois as medidas devem ser realizadas por todos os profissionais de saúde envolvidos na assistência. Percebemos por meio de estudos que a implantação de um conjunto de medidas preventivas simples e sem custo nas instituições, a PAV pode ser evitada aumentando a sobrevida dos pacientes internados nas UTIs.
Palavras chaves: Cuidados de enfermagem. Cuidados críticos. Pneumonia
INTRODUÇÃO
Segundo a SOCIEDADE PAULISTA DE INFECTOLOGIA (2006), a Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV) é a segunda infecção mais frequente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) americanas e a mais frequente em UTIs européias, levando a um maior risco de mortalidade e morbidade, além de altos custos relacionados ao maior tempo de hospitalização e uso de medicação antimicrobiana.
No Brasil existe uma carência em dados nacionais e multicêntricos, porém estudos individuais mostram a PAV como uma das maiores causas de infecções nosocomiais, que levam a altos índices de internações prolongadas, aumento do custo hospitalar, piora do quadro clínico do paciente, e ocasionalmente até a morte. Estas alterações estão relacionadas a uma maior morbidade devido às repercussões sistêmicas que elas provocam, gerando um aumento dos custos de internação bem como uma maior mortalidade destes pacientes. (SOUSA et al., 2010).
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente hospitalar altamente especializado para onde são encaminhados os pacientes em condições críticas de saúde e risco eminente de vida. Neste sentido, necessitam da Assistência continua de uma equipe treinada e capacitada para atender as mais diversas complexidades, mantendo vigilância constante, evitando os eventos adversos e beneficiando o paciente com o melhor atendimento. Os
pacientes de alta complexidade que são encaminhados à UTI, podem ser submetidos a procedimentos invasivos,
pois podem estar hemodinamicamente instáveis, precisando de monitorização por 24 horas, além da utilização de todo aparato tecnológico e capacitação profissional especializada (SILVA, 2010).
De acordo com dados do Center for Desease Control and Prevention (CDC), a Pneumonia é a segunda IH mais comum nos EUA, representando 15% de todas elas, e 27% ds infeccões da adquiridas nas UTIs. A taxa de letalidade por Pneumonia hospitalar é de 20% a 33%, sendo que alguns mostraram até 60% (TRUWIT, 2010).
A pneumonia é uma inflamação do parênquima pulmonar causada por diversos microrganismos, incluindo bactérias, microbiotas, clamídias, micro plasmas, fungos, parasitas e vírus. De modo indistinto, a Pneumonia é um distúrbio que acontece em pacientes internados e ambulatoriais, gerando custos para seu tratamento (BRUNNER e SUDDARTH, 2009).
Apesar de salvar muitas vidas, a aplicação de uma pressão positiva nos pulmões, através de uma prótese colocada nas vias aéreas, pode gerar uma série de efeitos adversos. São bem reconhecidas: a instabilidade hemodinâmica, principalmente nos pacientes hipovolêmicos; a maior frequência de infecções respiratórias, devido à redução dos mecanismos de defesa locais pela presença do tubo: e, mais recentemente, a lesão induzida pela ventilação mecânica, que está associada as altas pressões alveolares que são atingidas em algumas unidades decorrentes de um pulmão doente. (CARLOS, 2006).
Nesse contexto, a Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica (PAV) é uma das complicações mais comuns nos pacientes ventilados mecanicamente no ambiente de Terapia Intensiva, elevando a mortalidades, o tempo de internação e os custos hospitalares (ANVISA, 2009). Pneumonia nasocomial geralmente possui origem aspirativa, que é a principal causa deste tipo de infecção respiratória, onde as secreções das vias aéreas superiores são inoculadas e passando pelo refluxo do trato gastrointestinal contaminado. São microaspirações silenciosas, diferente das macro aspirações, quando acontecidas trazem um quadro de insuficiência respiratória grave e progressiva. (Institute for Healthcare Improvement, 2012).
Os principais fatores de riscos para PAV são descritos na literatura como modificáveis e não modificáveis. Os fatores não modificáveis esta associado com a idade avançada, rebaixamento de nível de consciência, intubação, reintubação traqueal, uso de drogas imunodepressora, choque, alta gravidade da doença, portadores de DPOC, tempo de ventilação mecânica superior a 7 dias, circuitos de ventilador contaminados, estado nutricional defasado, contaminação exógena, antibioticoterapia como profilaxia do tratamento, colonização microbiana, cirurgia de longo prazo, colonização gástrica e aspiração da mesma com PH maior que 4. (MENDES et al.,2014).
Os fatores modificáveis referem-se a intervenções e ações da equipe que assiste o indivíduo mantendo ventilação mecânica, como vigilância microbiológica periódica, instituição de protocolo de prevenção, redução de prescrições inadequadas de antimicrobianos, refluxo do trato gastrointestinal, colonização orofaríngea, uso de sondas, e permanência da cabeceira a zero grau. (SILVA et al., 2014)
Uma estratégia que tem sido adotada para prevenção do PAV, se refere à criação de protocolos dentro da Unidade de Terapia Intensiva, como a aplicação do bundle de prevenção à pneumonia associada à ventilação mecânica de forma multidisciplinar, nos quais se reúnem um pequeno grupo de intervenção. Quando bem implementadas este conjunto de cuidados resulta em melhorias substanciais na assistência (GONCALVES et al., 2012).
Segundo ANVISA(2013), é fortemente recomendável que a unidade desenvolva protocolos e processos para medir a aderência a estas práticas, como por exemplo, avaliando se as prescrições incluem medicamentos específicos para este fim naqueles pacientes que tenham indicação para estas profilaxias.
O decreto n° 94.406/87 que regulamenta a Lei n° 7,498/86 sobre o exercício da Enfermagem, em seu Art. 8° explica que ao enfermeiro incumbe enquanto integrante da equipe de saúde a prevenção e o controle sistemático da infecção nosocomial e de doenças transmissíveis em geral (COFEN, 1986). Estudos apontam as ações da equipe de enfermagem são primordiais na prevenção da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica. (GUILHERME; JESUS, 2011).
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE
Ações como a lavagem das mãos, pois são estruturas corporais muito utilizadas em contato direto com o paciente, sendo o principal meio de transmissão de microorganismos. A não adesão á higienização das mãos compromete a qualidade e segurança da assistência prestada. Os profissionais de saúde devem realizar a lavagem das mãos antes do contato e após o contato com o paciente, após a exposição a fluidos corporais e após o contato com áreas próximas ao cliente; (SANTOS, et al 2014)
Manter cabeceira elevada de 30° á 40° para pacientes que usam sonda nasoenteral reduz consideravelmente o risco de aspiração do conteúdo gastrointestinal ou orofaríngeo, contribuindo para a profilaxia da PAV, melhorando o parâmetro ventilatórios do paciente; (ANVISA, 2013)
Aspiração da secreção da subglótica tem como objetivo a prevenção da colonização das vias aéreas inferiores e da PAV de início precoce; (GONÇALVES, 2012)
Higiene oral com uso de antissépticos é apontada como um cuidado importante e relevante para profilaxia da PAV, pois a cavidade oral é uma grande fonte de colonização. Realizando a técnica com fio dental, escova e pasta de dente junto o uso de clorexedine bucal para a total retirada de placas e resíduos proporciona melhor controle da PAV; (SILVEIRA et al., 2010)
A Interrupção da sedação acompanhada pela avaliação médica possibilita a extubação diminuindo o tempo de permanência do paciente com tubo orofaringe traqueal (TOT) ocasionado a redução da taxa de pneumonia associada à ventilação mecânica; (ANVISA, 2013)
Monitorização diária da pressão do cuff, que deve permanecer entre 20 e 25cm de H²O; (ANVISA, 2013)
Educação continuada da equipe e o envolvimento dos profissionais na prevenção dando ênfase na periodicidade, na técnica e na lavagem das mãos. (GONÇALVES, 2012).
OBJETIVO
Este trabalho visa realizar um levantamento bibliográfico sobre a importância da implantação do bundle na prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica que contribui para diminuir os índices de infecção relacionada a este procedimento com boa adesão e treinamento da equipe de saúde.
Assim como, conhecer os principais fatores de riscos que ocasionam o desenvolvimento da PAV; adquirir conhecimento sobre o bundle como método preventivo; analisar os resultados obtidos a partir da implantação do bundle de prevenção a PAV; descrever o conjunto de cuidados e medidas preventivas do PAV.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo de revisão sistemática dos últimos dez anos, com levantamento de dados bibliográficos relacionados ao tema. Feito busca em sites como: Google Acadêmico, SCIELO (Scientif Eletronic Library On-line), BIREME (Centro de Latino Americano e do Caribe em Ciências da Saúde), ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem On-line), LILACS (Index Medicus Latino-Americano) e DECS, afim de alcançar os objetivos propostos pelo estudo.
RESULTADO
O presente estudo demonstrou que a implementação do bundle reduz o índice de mortalidade nas unidades de terapia intensiva.
CONCLUSÃO
Conclui-se a partir dos artigos analisados que os profissionais de saúde envolvidos no cuidado ao paciente crítico reconhecem a importância da aplicabilidade do bundle de prevenção a PAV, assim como identificam a associação entre a ventilação mecânica e o aparecimento de pneumonias em pacientes que necessitam desse procedimento.
Percebemos que as discussões sobre a temática devem ser mais aprofundadas nos cursos de graduação e especializações para o fortalecimento de uma educação permanente voltada a cuidados preventivos, que agregados a sistematização da assistência de enfermagem pode reduzir significamente a morbi-mortalidade nestas unidades críticas.
Referencias
REFERÊNCIAS
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