EFEITO DA DESTOXIFICAÇÃO DO HIDROLISADO DE BAGAÇO DE CANA SOBRE A REMOÇÃO DE FENÓIS, A PERDA DE AÇÚCARES E A BIOCONVERSÃO DE XILOSE EM XILITOL

Resumen

O hidrolisado resultante do processo de hidrólise ácida, metodologia comumente empregada para diferentes materiais lignocelulósicos, contém além dos açúcares, compostos tóxicos aos microrganismos. Dentre estes, os compostos fenólicos, os quais têm sido mencionados como inibidores da bioconversão de xilose em xilitol, quer pela sua ação individual ou pela interação sinergística entre ele e outros compostos presentes nos hidrolisados como o furfural, hidroximetilfurfural e o ácido acético. Os compostos fenólicos conferem ainda ao hidrolisado uma coloração escura, a qual interfere no processo de downstrean do xilitol. Este trabalho avaliou dois procedimentos de destoxificação do hidrolisado de bagaço de cana-de-açúcar: ajuste de pH combinado à adsorção em carvão ativo e floculação por polímero de origem vegetal. Os fenóis totais e as concentrações de xilose e glicose foram determinados pelo método de Folin-Ciocalteu e através de cromatografia líquida, respectivamente. Ambos os tratamentos resultaram em redução da concentração de fenóis totais. Porém, o uso de carvão ativo resultou em maior perda deste composto (88.5% remoção), o que representa 17.8% de aumento em comparação ao emprego do polímero. A perda de xilose foi mínima (9%) para ambos os tratamentos empregados. O tratamento de ajuste de pH combinado à adsorção em carvão ativo foi mais eficiente do que o procedimento de floculação por polímero. Considerando estes ensaios preliminares e também o baixo custo e biodegradabilidade do polímero, pesquisas devem ser realizadas para que se estabeleçam condições mais eficientes do uso deste composto, melhorando a fermentabilidade do hidrolisado e diminuindo a perda de xilose.